Sonho realizado I

Desde cedo sem conseguir precisar quando, imaginava que se um dia eu subisse para montar um cavalo fá-lo-ia como se me fosse familiar. Sonhava com andar de cavalo pela praia, em Maputo frenquentei umas aulas de equitação e a cada dia o sonho de andar de cavalo na praia me parecia mais próximo de realizar e assim aconteceu levando-me a sentir alegria, entusiasmo e autoestima porque tudo estava a acontecer graças a mim e à minha capacidade de fazer acontecer.

Sonho realizado II

Não sei de onde vinha este sonho mas gostava de entrar num cockpit de um avião, como em Moçambique viajava muito entre províncias (dado as distâncias serem grandes) de charters que as próprias empresas que me contratavam, tinham e um dia enchi-me de coragem e pedi à hospedeira para me deixar ver o cockpit e assim fiz esta visita, os pilotos eram sul africanos e eu fiquei em extase por ter tido acesso a isto.

Realização

Percebi o significado da palavra resiliência, apesar de estar a trabalhar no meu próprio negócio, decidi por motivos profissionais fazer esta pós-graduação em gestão de projetos. Já tinha a experiência da ferramenta MS Project, mas sentia necessidade de entender a teoria, foi um semestre e foi concluído com sucesso. Consegui perserverar mesmo quando tudo me empurrava para que desistisse. Na altura questionei-me, porque começo coisas com entusiasmo e deixo de o sentir? Dentro da turma fomo-nos apoiando e assim finalizei esta etapa da minha vida.

Orfanato Casa Madre Maria Clara

Uma descoberta do que é o amor, a compaixão, o estar ao serviço, o ser reconhecida. O tanto que se recebe quando é tão pouco o que se dá.

Família

Numa altura da vida achei que seriam as pessoas que estariam sempre lá para nos dar suporte, cedo percebi que só era bem vinda se não trouxesse problemas. Hoje a família para mim é o tempo de lazer que estou com as minhas primas que vejo uma vez por ano ao redor de uma mesa. A família em termos emocionais não me nutre, sou eu que procuro por eles, que os mantenho no meu radar, que faço por nutrir da melhor maneira.

Angola

Terra de meus pais e quando pequenina dizia que quando fosse grande ia a Angola trabalhar e ganharia 500 contos, assim foi em 2014, fui dar formação e trouxe 5000 USD por um mês de trabalho. Esta foto foi no Huambo, aqui percebi uma terra por onde a guerra tinha passado, vivi uma viagem de lágrimas no trajeto de Lobito para cá, pois queria dar boleia a pessoas que eu via pelo caminho com necessidade e o motorista ignorava-me pondo a musica cada vez mais alta.

Fobia

Parece que foi há muitos anos que fui para a praia de Buarcos na Figueira da Foz, quando depois de andar onda vai, onda vem, fui enrolada por uma redemoinho e deixei de saber nadar. Hoje não consigo fazer as respirações, nas piscinas nado de costas e se me apercebo que não tenho pé entro em pânico. Já fiz aulas de natação e quando chegávamos ao ponto de largar as pranchas eu não evoluia...

Brincar

Adoro! Se eu fosse por na prática todas as ideias que já me vi fazer, as vezes ando de baloiço mas já me imaginei nas estações de comboio quando oiço música a dançar sem me sentir condicionada por aquilo que os outros vão pensar. No meu dia-a-dia tento levar a vida neste modo pois percebi que a rigidez e o levar as coisas muito a sério não me agregaram nada.

Avó paterna

Sempre demonstrou preferência pela minha irmã, supostamente porque puxaria mais ao lado do pai.

O que nós sabemos disso quando somos crianças? Nada. O que eu intrepretei? Que não era importante, que não era prioridade porque me parecia à mãe, hoje sou mãe e já ressignifiquei.

Avó materna

Só olhei para ela depois da morte do meu avô, reconheci que o amor, a aceitação, o perdão vinham dali. A força a coragem e a determinação também. Realmente uma provedora.

Falo com ela todos os dias, na sua simplicidade inspira-me imenso.

Mãe

Foi educadora, provedora, via-a numa altura da minha vida como autoritária, tive medo dela, acheia-a injusta, frustrada e violenta.

Não tenho consciência de olhar para ela com admiração, amor e carinho. Só na idade adulta depois de ser mãe o fiz.

Era esquizofrénica, teve uma filha (minha irmã) deficiente, eu saí de casa com 14 anos, e só depois da sua morte percebi que nunca me senti protegida por ela.

Porque nunca fez com que eu voltasse para casa?

Quando faleceu senti a sua falta, a culpa que carregou a vida toda fez com que tivesse sido profundamente infeliz, amei-a o mais que pude estando presente sempre que tal me foi permitido.

Infância

A alegria com que quero viver cada dia.
Não tenho imagens (a minha mãe que Deus tem deitou as fotos quase todas fora ainda em vida), experimentei a tristeza quando soube disso. Nesta foto estava eu com uma conjutivite a brincar com o cubo. Teria 3/4 anos ao lado minha irmã Claúdia com quem hoje em dia não falo, vivemos juntas até aos meus 14/15 com a minha mãe, somos muito diferentes. Tenho memórias de infância umas felizes outras nem tanto.
O que mantenho desde que me lembbro a curiosidade aguçada...

© Discente: Sandra Lourenço | Competências Emocionais| Docente: Ana Paula Caetano 
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